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sábado, 29 de maio de 2010

"EMOÇÕES" ARTIGO PUBLICADO NA "RCE"

Este artigo foi publicado pela revista Cultura Espírita - Ano II – n 14 – maio/2010, que ainda está nas bancas por apenas R$ 4,00, junto a tantos outros, focando a natureza do conhecimento espírita, que vale ser lido.
Após a publicação, participei do programa “Novos Rumos” na Radio Rio de Janeiro, a convite de sua produtora e apresentadora, nossa amiga, Nadja do Couto Valle, respondendo as perguntas dos ouvintes.

EMOÇÕES

- Para melhor situar o atento leitor ao convite a leitura de tão complexo quanto apaixonante tema, necessário se faz informar que na etimologia da palavra, emoção origina-se do latim “ex-movere” significando “em movimento”. Logo se pode deduzir que se trata de algo dinâmico e em constante transformação.
Da Grécia antiga ao Séc. XIX, as emoções eram consideradas como instintos básicos que deviam ser controlados para que a capacidade de pensar não fosse afetada.
Já em 1872, Charles Darwin (1) propôs uma linha de investigação para identificar as emoções básicas, ou universais de origem biológica, comparando as emoções dos humanos a dos animais. A partir do Séc. XX, porém, os estudos e pesquisas apontaram um novo rumo no entendimento das emoções. São inúmeros os teóricos notáveis que se ocuparam e se ocupam com as emoções. (2).
Para uma breve reflexão destaco Joseph Lê Doux (3): “Emoções em ação tornam-se poderosos fatores de motivação para futuras atitudes. São elas que definem o rumo de cada ação e dão a partida nas realizações de longo prazo. Mas nossas emoções também podem nos trazer problemas. Quando o medo se transforma em ansiedade, o desejo dá lugar à ganância, uma contrariedade converte-se em raiva e a raiva em ira, a amizade dá lugar à inveja e o amor à obsessão, ou o prazer se torna um vício, as emoções começam a voltar-se contra nós. A saúde mental depende da higiene emocional e, na grande maioria, os problemas mentais refletem o colapso da organização emocional. “As emoções podem ter conseqüências tanto úteis quanto patológicas.”
Qual a utilidade dessas informações para melhorar a nossa qualidade de vida e, por conseguinte o autoconhecimento? Identificar os sentimentos através das emoções pode ser um grande avanço para essa conquista. Revele seus sentimentos e descubra-te a ti mesmo.
Comecemos observando as nossas atitudes diante da vida de relação. Como reagimos diante daquilo que nos incomoda bem como o que nos agrada? Que critério aplicamos para avaliar nossas atitudes? Usamos dos mesmos recursos para avaliar os outros? Aceitamos a critica que nos são dirigidas em igualdade de condições?
Sendo a emoção, movimento, podemos entender que ao longo da jornada evolutiva do Ser Espiritual, essas mudanças são percebidas passo a passo. A evolução não dá saltos, nos afirmou Allan Kardec. Assim sendo, a percepção da intensidade qualitativa das emoções, parece ser o elemento revelador da identidade espiritual.
A sociedade contemporânea, voltada para os efeitos especiais e mirabolantes da tecnologia, emociona-se com as produções de hollywood; os twitters, orkuts, msns e facebooks criam linguagens específicas para a moderna comunicação, formatando em expressões gráficas aquilo que julgam ser o sentimento em tempo real, isolando-se do divino contato físico, olhos nos olhos, abraço no abraço, da troca de energia física e psíquica que estimula os sentimentos mais íntimos que provocam a manifestação das emoções mais confiáveis, por serem naturais e humanas.
As emoções, portanto, se revelam nas atitudes proclamadas pelas nossas ações, manifestando os nossos sentimentos. São elas que causam o significado, promovendo o desenvolvimento da personalidade. Não temos o poder de prever nem de impedir a manifestação das emoções, mas podemos conhecer suas causas e prevenir os resultados.
Neste momento estamos vivendo grande comoção social. Alterações climáticas no mundo, terremotos, tisunâmis, geadas... Desencarnes coletivo ceifam vidas e dizimam comunidades em diversos países. Parece que a mãe natureza nos chama à atenção para o exercício da fraternidade, como se quisesse nos dizer que não há liberdade sem igualdade. Quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, que veja e ouça: É hora de viver o Evangelho do Mestre Jesus em toda a sua plenitude com toda a nossa Emoção.

Referências:
(1) Como explicado no conjunto da obra de Charles Darwin
(2) Para sua pesquisa: William James, Henri Wallon, Paul Ekman, Magda Arnold,
Robert Plutchik, Antonio Damasio, Lisa F. Barrett, Jessé Prinz, Carl Lange e outros.
(3) O Cérebro Emocional - 3ª edição, 1998, pg. 19- Objetiva RJ.

Rio de Janeiro, outono de 2010, para a revista Cultura Espírita edição maio/2010.

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