"TVP E SEXUALIDADE" Relato de Caso clínico

Este é o primeiro de uma sequência de casos clínicos que serão postados.
Todos foram autorizados e modificados, para que os personagens não sejam identificados, preservando o sigilo e a ética.

Palestrante: Arleir Bellieny
Rio de Janeiro – canal IRC-Espiritismo.

Considerações Iniciais do Palestrante:
Inicialmente peço licença ao nosso patrono e particularmente ao meu avô, Dr. Bezerra de Menezes, que tem me acompanhado ao longo da minha trajetória terrena de um modo especial. Daí a nossa intimidade chamá-lo de avô. Não sei se ele já foi informado disso. Agradeço a vocês por terem acessado e espero preencher este tempo com o melhor proveito possível.
-Dr. Hernani G. Andrade fez uma citação significativa no prefácio do livro Viajante, (Dra. Maria Teodora G. Ribeiro): "A TVP fará a terapia da Humanidade"
Não sou radical em afirmar ser a TVP uma panacéia para todos os males, como foi muito bem citado pelo Dr. Bezerra de Menezes no livro "Loucura e Obsessão", (FEB)
Porém, na minha práxis clínica, tenho vivenciado situações que sugerem atenção especial. Os casos que tenho acompanhado durante vários anos, têm alcançado os objetivos esperados.
Na exposição de hoje proponho relatar um caso clínico que foi autorizado sua publicação, cujos detalhes foram modificados, para que não haja identificação, guardando o sigilo da ética profissional.

A Senhora X, me procurou com a seguinte queixa:
"Sou casada há seis meses e ainda não consegui manter relações sexuais com o meu marido. Sou virgem. Todas as vezes que tentamos sinto uma aversão incontrolável e, de súbito, o empurro, fujo e depois me culpo, choro e me desespero. É como se algo me arrancasse de perto dele. Somos namorados apaixonados, eu o amo e ele a mim. Esse problema me faz pensar que o nosso casamento não dará certo por culpa minha. Estou pensando em anular o nosso casamento. Ele não merece isso. Para ser franca, já pensei até em acabar com a vida, suicidar-me. Não sei mais o que fazer. Desde jovem tenho sonhos eróticos com um homem sem rosto e acordo sentindo prazer.
-Em sessão de terapia, a senhora X regride a uma existência passada, cujo personagem, uma jovem de 13 a 14 anos, bonita e frágil, morava a beira de um cais com sua pobre família. Sem que ela soubesse, era usada pelo seu pai para fazer contrabando. Por ser conhecida pela maioria das pessoas que ali viviam, a jovem não despertava desconfiança por parte das autoridades. Tinha transito livre em todas as dependências do cais. Lá havia um "capataz", jovem forte e bonito, aparentando ter vinte e cinco anos, que era o receptor (comandava o tráfico dos produtos). Ela acreditava estar ajudando o pai no seu trabalho e sentia-se orgulhosa por isso.
A admiração por esse homem foi crescendo, até que se apaixonaram profundamente. Os pais dela não aceitaram a relação. Ambos fogem. Na fuga, refugiaram-se numa casa de prostituição. Sabiam que estavam sendo perseguidos pelo pai da jovem e seus comparsas. Foram surpreendidos em um dos quartos, enquanto faziam sexo (ela pela primeira vez). Entre dores, prazer e medo, foram violentamente assassinados.
Fora do corpo físico, fizeram um pacto: “nunca mais vamos nos separar, mesmo que seja por vingança”. Um misto de amor e ódio.
No intervidas (espaço entre as encarnações), continuaram ligados mentalmente. Só se separaram em face da encarnação atual da Senhora X. Ao fim da sessão de regressão, surge na sua tela mental, como “presença”, o personagem do jovem desencarnado, que furioso esbravejava: "Você é minha! Lembre-se que prometemos nunca nos separarmos! Não vou permitir que você pertença a outro!” Todo este diálogo foi repetido pela Senhora X, em estado modificado de consciência (transe regressivo). Os detalhes do diálogo não serão divulgados aqui por questão de privacidade.
Após a sessão, a Senhora X compreendeu que as suas reações e atitudes no presente desta vida, estavam ligadas ao passado pouco lisonjeiro, onde decisões equivocadas foram tomadas em momento de grande emoção (momento da morte), que denominamos de “momento traumático”, acrescidas de sugestões negativas da mente desencarnada, que em TVP denominamos de “presenças”.
Na proposta terapêutica, após a pessoa tomar conhecimento das origens das suas queixas, deverá promover a dissociação do hoje e do ontem, conforme orientações a serem seguidas. Sempre que estiver para repetir esta mesma situação no momento presente, a Senhora X deverá lembrar-se das decisões que foram tomadas no passado desta vida, e compreender que é isso que ela quer modificar, e que não faz mais sentido na vida atual, repetir o mesmo comportamento. Que tudo isso, fez sentido para os personagens apaixonados do passado. Agora é outro momento. Ela não é mais aquele personagem.
Utilizando os recursos terapêuticos oferecidos, a senhora X libertou-se gradativamente, dos vínculos psíquicos que a mantinham ligada as surpreendentes teias do inconsciente passado e prosseguiu seu relacionamento, modificando hábitos e costumes, construindo um novo conceito de valores.
Perguntas/Respostas:
<|Moderadora|d [01] Paralelo à TVP desenvolve-se também a terapia comum (não sei se este é o termo exato)?
A TVP consiste em três fases distintas: facilitadora, conscientizadora e transformadora. A transformação do ser é a ênfase do nosso trabalho. É isso que você está chamando de terapia. Não basta regredir e saber o que aconteceu no passado. A pessoa precisa compreender o processo e desejar modificá-lo, transformá-lo. É nisso que constitui a terapia com base nas vivências passadas. Daí Terapia de Vida Passada.
Considerações Finais do Palestrante:
O tempo ainda constitui um atraso dos encarnados. Por isso, ainda temos que nos submeter a ele. Quero dizer que meu tempo acabou.
Obrigado pela paciência de vocês. Prometo em breve estar de volta se assim for permitido pelo IRC - Espiritismo. Um abraço fraterno com votos de MUITA PAZ!
Arleir Bellieny.