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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

NÓ GÓRDIO ou QUEBRA DE PARADIGMAS ?

Dizia a lenda que o rei da Frígia (região da Asia menor, hoje Turkia) morreu sem deixar herdeiro e que, ao ser consultado, o Oráculo anunciou que o próximo rei chegaria à cidade num carro de bois. A profecia foi cumprida por um camponês, de nome Górdio, que foi coroado. Para não esquecer de seu passado humilde ele colocou a carroça, com a qual ganhou a coroa, no templo de Zeus, e a amarrou com um nó a uma coluna, nó este impossível de desatar. Górdio reinou por muito tempo, e quando morreu, seu filho Midas assumiu o trono. Midas expandiu o império, porém morreu sem deixar herdeiros. O Oráculo foi ouvido novamente e declarou que quem desatasse o nó de Górdio dominaria toda a Ásia Menor.
Quinhentos anos se passaram sem ninguém conseguir desatar o nó, até que Alexandre, o Grande, ao passar pela Frígia ouviu a lenda e, intrigado com a questão, foi até o templo de Zeus observar o feito de Górdio. Após muito analisar, desembainhou sua espada e cortou o nó. Lenda ou não o fato é que Alexandre se tornou senhor de toda a Ásia Menor poucos anos depois.
Alexandre, o Grande, resolveu de forma simples, concisa e eficaz um problema que já perdurava por quinhentos anos. Simplesmente observando a questão por outro prisma.
As vezes nos deparamos com questões aparentemente insolúveis aos nossos sentidos. Nos queixamos e procuramos repassar de pronto as responsabilidades para os outros. Não somos educados a ver por um outro prisma senão àquele que adquirimos dos nossos ancestrais. Tememos tomar decisões ou ter atitudes que não nos foram ensinadas. Ficamos assim presos aos paradigmas (modelos)do passado.
A Psicologia Transpessoal, como a quarta força, ou quarta Escola psicológica, traz na sua fundamentação filosófica e metodológica, as mudanças de paradigmas. Nós, Psicólogos Transpessoais, denominamos “Quebra de Paradigmas”. Quando observamos um “fato” por outro prisma, abrimos a possibilidade de ver de forma diferente, questões que até então apresentavam-se sem respostas.
Enquanto pensarmos a vida com orgulho, egoismo, ganância, com medo de perdermos o controle sobre as coisas e as pessoas, estaremos mantendo o mesmo padrão de comportamento da maioria dos nossos pares. Isso costuma causar desconforto nas relações interpessoais e em muitas circunstâncias, desenvolvendo psicopatologias que requerem cuidados especiais.
Alexandre, o Grande, parece que trazia consigo a prática da quebra de paradigmas. Após analisar a situação, tomou a decisão que lhe pareceu oportuna, cortando o nó com um golpe de espada, usando o instrumento que dominava e lhe era bem familiar. Todos nós temos nossos instrumentos particulares que carregamos na nossa instrutura organizacional psíquica. Assim sendo, não há quem não possa desfazer seus próprios nós. É só decidir.
No dizer de Paulo Coelho, as decisões são apenas o começo de alguma coisa. Quando alguém toma uma decisão, na verdade, está mergulhando numa correnteza poderosa, que leva a pessoa para um lugar que jamais havia sonhado na hora de decidir.
Agora pense: quantos nós górdio você possui na sua vida? Não está na hora de cortá-los? Ou prefere esperar quinhentos anos?
Arleir Bellieny.

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